terça-feira, 20 de julho de 2010

Praga, finalmente

Devido a compromissos profissionais, conheci Praga menos do que ela merece. Ótimo, tenho um excelente motivo para voltar de preferência logo.
Com crianças pequenas, o ritmo da viagem é outro, mais lento e precisa de algumas adaptações: parar para almoçar deixa de ser uma perda de tempo e torna-se um bom momento para descansar um pouco as pernas por exemplo. Os programas noturnos devem ser cuidadosamente planejados para não embolar com a hora do sono ou do jantar ou do leitinho.
É preciso mudar o olhar: olhos a 1 metro do chão, ou menos nos carrinhos. Ficamos hospedados em um bom hotel, mas um pouco distante do centro histórico, o que nos obrigou caminhar bastante. O povo tcheco é simpaticíssimo e muito receptivo, apesar de toda a diferença de língua, é fácil estabelecer um canal de comunicação em inglês. Não sei se tive muita sorte, mas achei o povo bastante pronto para atender ao turista, e sempre tinham mais informações para acrescentar, e enriquecer nosso passeio.
Nosso primeiro passeio foi ao Jardim Botânico, cuja principal atração é justamente a estufa de plantas tropicais. O Jardim Botânico entrou no roteiro porque era necessário conciliar nesse dia minha agenda profissional. Não acho que seja uma passeio imperdível, mas não deixa de ser curioso, ver nossas plantinhas de fundo de quintal promovidas a espécies raras em exposição.
Na saída, nos perdemos pelas ruas de Praga, sem trocadilhos, realmente, nos perdemos. Imagine que a cidade é cortada por algumas grandes avenidas mais modernas que escondem teias de ruazinhas medievais entrelaçadas umas nas outras , escondendo por sua vez Igrejinhas lindas, construções antigas e toda uma atmosfera de tempo parado desde sempre. Adoro essa parte de uma viagem: perceber o tempo esperando nossa visita nesses lugares pouco tocados pela modernidade, pelo menos do lado de fora, é claro. E assim, de rua em rua, de vitrine de cristais em vitrine, chegamos a Ponte Carlos, linda, iluminada ( já era noite), soberana sobre o Rio Vltava.
Ao lado da Ponte Carlos, fica a Igreja de São Francisco de Assis. Essa igreja não é citada nos guias de Praga que usei na viagem, mas é palco de concertos de orgão. Na noite em que a visitamos, assistimos a um concerto de Orgão, Violino e Trompete, que foi lindíssimo. Vejam, não sou uma musicista, portanto não tenho condições de avaliar profundamente o repertório ou a qualidade dos músicos que se apresentaram. Mas, posso garantir que ouvir o orgão original de uma igrja construída a cerca de 400 anos, com sua acústica única, sem amplificadores, com toda a igreja na penumbra, e luz apenas no coro, foi demais! As crianças se comportaram super-bem, a ponte de alguns turistas britânicos e alemãe virem me cumprimentar pela iniciativa de levá-las a esse tipo de espetáculo tão jovens, e pelo bom comportamento. Não deixem de fazer um programa desse tipo se tiverem a oportunidade.
Só para constar alguns detalhes sobre a Igreja: ela foi construida entre 1679 e 1689, e o projeto foi elaborado pelo arquiteto francês Jean Baptiste Mathey- do Ordem dos Cavaleiros da Cruz, da cidade de Dijon na Borgonha. Faz parte de uma série de contruções do tipo da Basílica de São Pedro no Vaticano ( claro que infinitamente menor). Trata-se de uma igreja em forma de cruz grega, com suas capelas dispostas em linha diagonal. O interior é decorado em estilo barroco, lindo.

Próximos capítulos: a Ponte Carlos, o Rio Vltava, o Castelo e todo seu interior e Igreja do Menino Jesus de Praga

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